“A saúde não é uma responsabilidade apenas do governo estadual, mas dos governos municipais, federal, da Assembléia Legislativa, todos têm responsabilidade”, afirmou, ontem (21), no plenário do Legislativo estadual, o secretário da Saúde, Jorge Solla. Na sessão, que contou com a presença de 42 dos 63 deputados, o secretário apresentou um balanço dos seis meses à frente da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), apontando o quadro encontrado em janeiro deste ano e as ações e diretrizes do governo para o setor.
Respondendo a questionamentos sobre deficiências na prestação de serviços de saúde pelo poder público, o secretário traçou um paralelo entre a situação atual da Bahia nos setores da saúde e da educação. “Não é à toa que a Bahia ostenta os piores índices, é campeã em tuberculose e analfabetismo. Os problemas que enfrentamos na saúde são resultado de décadas de um modelo político que não priorizou o social. O governo vai melhorar a situação da saúde e da educação”, assegurou.
A recuperação de várias unidades, incremento de alguns serviços e ampliação do quadro de médicos e outros profissionais de saúde compõem a agenda positiva de ações empreendidas desde o início do atual governo. “Agora, temos uma gestão que trabalha junto com os municípios, e os prefeitos, independentemente do partido ao qual pertençam, recebem as verbas da saúde diretamente, com repasse fundo a fundo. E o fato de estarmos criando outra relação com os municípios incomoda a muitos”, afirmou o secretário.
Este “incômodo” também seria provocado, segundo o secretário, pela decisão do governador Jaques Wagner de promover seleções públicas para contratação temporária pelo Regime Especial de Direito Administrativo (Reda). Antes, os cargos Reda eram “loteados” entre deputados, prefeitos, vereadores. “As Diretorias Regionais de Saúde (Dires) também deixaram de ser comitês eleitorais e estão sendo requalificadas”, afirmou.
Ressaltando a disposição de cumprir uma gestão transparente, Solla apontou que os problemas existentes há décadas parecem superdimensionados porque, finalmente, estão sendo expostos: “Pela primeira vez, mostra-se que não há leitos de UTI suficientes, que os hospitais não têm uma estrutura adequada nem médicos o bastante para um bom atendimento à população. Mas os leitos de UTI não sumiram no ar, os profissionais não foram exportados. Simplesmente, agora a imprensa está mostrando a situação caótica em que se encontra a saúde, e não se tira um estado do caos em seis meses”.
Cresce oferta de leitos
Entre as ações relacionadas pelo secretário, em seis meses foi dobrado o quantitativo de medicamentos de alto custo para doenças como a hepatite, cuja fila de pacientes à espera de tratamento foi zerada em maio deste ano e, agora, já é feito o diagnóstico antecipado: antes, eram diagnosticados quatro pacientes por mês. Atualmente, são 12 por semana. A oferta de leitos de UTI cresceu: 20 leitos, 12 coronarianos, foram ativados no Hospital das Clínicas, e outros 20 estão sendo implantados no Hospital Carvalho Luz. A unidade semi-intensiva do Hospital Roberto Santos foi totalmente recuperada e reequipada, aumentando em 10 leitos a oferta de assistência semi-intensiva.
Outro grande entrave para a assistência à saúde, que é a falta de profissionais, também tem sido enfrentado pelo secretário Solla. A prova é o aumento no número de plantões em hospitais da capital e interior. No Hospital Geral do Estado, eram 665, hoje são 684 plantões. No Hospital Roberto Santos, os plantões eram 2.175, hoje são 2.324. No Ernesto Simões, eram 276 e hoje são 309. Entre os hospitais do interior, o Prado Valadares, em Jequié, tinha 145 plantões, hoje tem 194. No Hospital de Base, de Vitória da Conquista, são 228, contra 143 anteriores. Os maiores números são dos hospitais Luis Viana, em Ilhéus, e Clériston Andrade, em Feira de Santana: os 400 plantões hoje são 860, no Luis Viana, e no Clériston eram 1.406 plantões, hoje são 1.938.
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