Deu no jornal "A Tarde" de 22.04.2008
O PT começa a discutir, hoje, com os quatro pré-candidatos a prefeito de Salvador – os deputados federais Nelson Pelegrino e Walter Pinheiro, o secretário de Promoção da Igualdade, Luiz Alberto, além do deputado estadual J. Carlos – as bases da pesquisa que irá sinalizar qual deles reúne as melhores condições para chegar ao segundo turno. A idéia, segundo revelou a presidente do Diretório do PT em Salvador, vereadora Vânia Galvão, é contratar um instituto de pesquisa independente ainda esta semana.
O partido tem pressa. O prazo para inscrição dos interessados em disputar a indicação partidária ao governo começou ontem (não houve nenhuma inscrição) e prossegue até a próxima segundafeira. Mas o PT quer evitar, a todo custo, a realização de prévias, o que poderia dividir a militância e levar a desgastes internos. “Estamos trabalhando para construir a unidade do partido”, frisou Vânia Galvão.
Consulta popular
A consulta para avaliar os pré-candidatos não será restrita aos militantes do PT. A pesquisa independente, segundo adiantou a presidente do Diretório Municipal, também vai detectar o que a população da capital pensa a respeito dos nomes petistas.
A pesquisa irá levar em conta a capacidade dos postulantes em aglutinar os aliados, o potencial eleitoral de cada um, capacidade de ir ao segundo turno, presença social e visibilidade pública. Indagada se a existência de inscritos para as prévias não invalidaria o objetivo da pesquisa, que visa, justamente, evitar a disputa interna, Vânia Galvão disse acreditar que não. “Temos até 18 de maio, data máxima para realização de prévias, para conversar. Até lá, buscaremos o consenso em torno de um nome”.
Sem imposições
O deputado federal Walter Pinheiro, apontado por setores do PT e até do governo como o nome capaz de unificar o partido e os aliados, frisa que prévias só em último caso.
“Eu não vou me inscrever até que todos os instrumentos para uma consertação e um consenso sejam buscados”, frisou ele.
Quanto à pesquisa, entende que o método, muito mais do que mecanismo de aferição (quem tem mais voto, maior visibilidade, etc.), deve ser aplicado como um instrumento para “auscultar” o que a sociedade espera de um candidato do partido que governa o País e o Estado.
O petista defende, ainda, que o processo eleitoral tem que ser usado para fortalecer as posições do PT e na relação com os aliados.
“A política de alianças, o diálogo, devem ser exercidos”. Portanto, assinala, o partido tem que fazer um esforço interno para evitar o que chamou de “desgaste antropófago e autoritário” de impor candidaturas.
Pinheiro alerta que o PT ou demonstra, nesse processo, ter capacidade para agregar e disputar ou vai ficar num debate interno interminável. Sobre pesquisa, os pré-candidatos Nelson Pelegrino e Luiz Alberto avaliam que o recurso pode auxiliar na busca do consenso. Porém, não deve ser o “definidor” do processo.
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