Dificuldades como amarrar os sapatos ou jogar aquele futebol nos finais de semana, ocasionadas por excesso de peso, podem estar com os dias contados. Em processo de comercialização no Brasil desde anteontem, o medicamento Rimonabanto, que chega às farmácias com o nome de Acomplia, já ganhou popularmente o apelido de “pílula antibarriga”, por sua atuação mais acentuada na área abdominal.
No entanto, o sonho de perder peso com a ajuda do remédio, já encarado como “milagroso” por muitos, está distante da maioria da população. O Acomplia tem custo tão robusto quando o seu público-alvo: os obesos e pessoas com sobrepeso. Cada cartela com 28 comprimidos custa, em média, R$ 222,46, e sua distribuição, em todo o território, deverá acontecer somente a partir do próximo dia 22 de abril.
O novo remédio, que começou a ser produzido e testado em 1994, já é utilizado normalmenteverificar se o remédio é útil, se não existem outras maneiras de perder peso”, ressalta. Ele, há cerca de 90 dias, vem fazendo dieta em casa, comendo frutas, verduras e carnes grelhadas, o que resultou na perda de 10 kg.
Miriam de Jesus, 43, mede 1,65 m, é profissional autônoma e pesa perto dos 100 kg, conforme diz, entre risos. “Faz tempo que não me peso”, afirma. Ela comemora a comercialização da pílula, “porque vai nos ajudar a emagrecer. Há meses venho fazendo dieta, cortando cerveja e feijoada, mas não emagreço”.
Nem todos podem usar o remédio, que é contra-indicado para quem tem menos de 18 anos e mais de 75, além de pessoas em depressão ou em tratamento com antidepressivos.
O medicamento é recomendado a pessoas com índice de massa corporal (IMC) igual ou maior a 30 ou as que têm IMC acima de 27, apresentando fatores de risco: diabetes tipo 2 ou alterações dos níveis de gordura no sangue. O remédio, de tarja vermelha, é comercializado somente com receita médica e foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2007.
EXERCÍCIO E DIETA – A medicação não é o principal agente na redução de peso, salienta o endocrinologista Francisco Lins. Segundo ele, o fundamental no tratamento para diminuição de medidas é que o indivíduo aprenda a ter hábitos saudáveis, fazendo exercício físicos e dieta.
Francisco salienta que o Rimonabanto deve ser usado em pacientes que têm consciência do seu sobrepeso. “É um remédio excelente, mas se não for ministrado de maneira correta, pode provocar problemas sérios, como depressão”, informa.
O médico, formado há mais de 20 anos, relata casos que ocorreram nos Estados Unidos, pelo mau uso do remédio, que resultaram, inclusive, em suicídios.
Apesar do grande interesse que desperta, a “pílula antibarriga”, além de causar depressão, pode provocar infecção nas vias áreas superiores e gástrica, além de alteração de humor, náuseas, suores noturnos, vômito e diarréia, dentre outros efeitos colaterais.
REPORTAGEM PUBLICADA EM "A TARDE" - Edição de 17.04.2008
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