25 abril 2008

Operação Santa Teresa desmantela organização criminosa

Advogado Ricardo Tosto, preso na operação
A Polícia Federal em São Paulo desencadeou ontem, (24), a Operação Santa Teresa, na capital e interior do estado, com o objetivo de desmantelar organização criminosa que, além de praticar crimes de tráfico local e internacional de mulheres e explorar atividade de prostituição, participava de fraudes em concessão de empréstimo junto ao BNDES.

Policiais federais, desde as primeiras horas do dia, cumprem 11 mandados de prisão temporária (9 presos confirmados até o momento), e 18 ordens de busca e apreensão com o intuito de permitir a coleta de provas, e a realização de interrogatórios e depoimentos de forma eficaz. As buscas têm a finalidade de obter documentos e materiais que reforcem o conteúdo probatório dos autos. Clique aqui e saiba mais

As investigações tiveram início em dezembro de 2007 para apurar denúncias sobre a prática dos crimes de tráfico interno e internacional de mulheres, e de exploração de prostituição. Desde o princípio da apuração, constatou-se que alguns dos investigados mantêm uma casa de prostituição localizada nesta cidade, com faturamento elevado, praticando tráfico interno e internacional de mulheres.

O prostíbulo somente se mantém em funcionamento porque seus proprietários oferecem, de forma contínua, vantagens ilícitas a autoridades e servidores públicos responsáveis pela fiscalização. Contra essa prática criminosa as investigações serão aprofundadas.

No decorrer do procedimento, apurou-se a existência de um esquema de
desvio de verbas de financiamentos do BNDES. Uma quadrilha, formada por empresários, empreiteiros, advogados e servidores públicos, atua de forma a obter empréstimos do referido banco e a desviar parte dos valores em benefício próprio.

Há vasto conteúdo probatório que indica que ao menos dois financiamentos concedidos pelo BNDES neste ano de 2008 são objeto de fraude. Um deles de 130 milhões foi concedido a uma prefeitura localizada dentro do Estado de São Paulo e outro de cerca de 220 milhões, a uma grande empresa do ramo varejista.

Cerca de 4% dos valores estão sendo desviados de cada financiamento. Os empréstimos são concedidos de forma parcelada. A cada parcela, ocorre um desvio. O desfalque de dinheiro é justificado ao BNDES com a apresentação de notas fiscais falsas, de serviços de consultoria empresarial que não se realizaram criando despesas inexistentes.

As investigações indicam, também, evidências de práticas de licitações fraudulentas em pelo menos duas prefeituras paulistas versando sobre a distribuição de obras por estas municipalidades.

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