05 setembro 2007

“Água para Todos” terá política de segurança alimentar

Garantir segurança alimentar e nutricional à população é a finalidade da participação da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) no Programa “Água para Todos”. A Sedes vai promover a capacitação de famílias para uma melhor adaptação ao semi-árido e a construção de infra-estrutura através da implantação de cisternas. O programa foi lançado sexta-feira (31), em Salvador, pelo governador Jaques Wagner.

A iniciativa vai atender prioritariamente famílias inseridas no Programa Bolsa Família, comunidades indígenas, remanescentes de quilombos e áreas de reforma agrária. A previsão é construir, nos próximos quatro anos, 100 mil cisternas de captação de água da chuva, 25 mil do tipo calçadão e mil barragens subterrâneas. Os equipamentos vão armazenar água para consumo humano, criação de animais e produção agrícola.

“O trabalho vai contar com os próprios beneficiários. Estamos dialogando com a sociedade e envolvendo as entidades que tem experiência no desenvolvimento de projetos desta natureza. Vamos possibilitar o acesso à água para produção de alimentos e consumo humano”, explicou o secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Valmir Assunção.

“Essas ações fazem a diferença no semi-árido. Partem do entendimento de que o direito humano à alimentação inclui o acesso à água. Diante da importância que possui, o programa deve acontecer de forma intersetorial no governo”, defendeu Carlos Eduardo Leite, presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado (Consea-Ba).

Na opinião do agricultor José Augusto da Silva, que preside o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pedro Alexandre, essa é uma alternativa para os longos períodos de estiagem. “A proposta é boa. Tivemos experiências parecidas de construção de cisternas em nossa região e realmente as famílias são fortalecidas para convivência com a falta de chuva”, ressaltou.

Atualmente, 47% da população vivem no semi-árido, região que concentra os municípios com os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado. Segundo dados do IBGE/PNAD, apenas 30,8% da população rural tem acesso à água. Com o ‘Água para Todos”, o abastecimento de água vai crescer para 51,8%.

“Estamos observando a consolidação de políticas públicas voltadas para a população mais vulnerável e a possibilidade de o povo do semi-árido viver com dignidade”, afirmou Cleusa Alves dos Santos, coordenadora executiva da Articulação do Semi-Árido da Bahia (ASA).

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