02 janeiro 2007

Discurso de Wagner na Assembléia

"Minhas amigas, meus amigos.

Minha Bahia.

Quanta emoção tomar posse no cargo de governador da Bahia na presença de três ex-governadores do nosso estado que orgulham a nossa história!

É com muita honra que venho a esta Assembléia Legislativa, de tantas tradições, para tomar posse no cargo de governador. Quero começar reafirmando, perante os componentes desta casa, a minha convicção de que a democracia é um valor universal, especialmente quando lastreada na independência e harmonia entre os três poderes. Independência essa que é parte da vitória conquistada por mim e por Edmundo Pereira.

Foi ela, a democracia, que me permitiu chegar até aqui. Podem ter certeza, senhores deputados, que minha prática à frente do governo da Bahia se dará sempre no sentido de consolidar os valores democráticos que tanto defendo.

Isso se consubstancia também no convívio respeitoso com esta casa, um poder fundamental e insubstituível que, no exercício pleno das suas prerrogativas, participará ativamente na formulação de novas políticas públicas. Sei quanto isso é relevante, porque fui ministro das Relações Institucionais e parlamentar durante três mandatos.

Neste momento tão importante da minha vida, quero fazer um primeiro agradecimento: ao povo da Bahia! Foi o povo da Bahia que me acolheu há mais de 32 anos. E foi o povo da Bahia, na sua decisão soberana de renovar a política do nosso estado, que me fez governador! Ao povo da Bahia, que em cada canto do nosso estado, silenciosamente, foi à urna em 1º de outubro para dizer que a sua vontade é a vontade maior na democracia, dedico esse momento tão importante da minha vida.

O meu segundo agradecimento é a Maria de Fátima, minha querida esposa e companheira. Tenho certeza de que nunca teria chegado aonde cheguei se não tivesse ao meu lado o amor, as idéias livres e a amizade de Fatinha, e mais do que isso, a força, a independência dessa mulher que lutou e acreditou nesta e em tantas outras batalhas, nos momentos de alegria como hoje, mas também nos momentos difíceis pelos quais passamos juntos. Mil beijos, Fatinha!

Quero agradecer a meus pais, a quem devo tudo. Joseph, que não está aqui entre nós, que me ensinou a não ser valente, mas a ter a coragem cívica de enfrentar os desafios. Minha mãe, Paulina, com quem aprendi a enxergar o lado melhor, o lado bom de cada um de nós. E talvez esse ensinamento me fez ter aquilo que alguns acreditam ser a minha maior qualidade como político: a de reunir e não de espalhar pessoas. Reunião que fizemos quando começamos a construir essa caminhada. Mil beijos a você, minha mãe! Essa mesma fonte que me forjou, forjou também meus irmãos, Sérgio e Carlos, com quem na convivência também muito aprendi.

Quero agradecer também a meus filhos Mariana, Mônica, Matheus e a Dudu, meu quarto filho emprestado de Guilherme, que sempre me dão energias para pensar num futuro cada vez melhor para a nossa gente.

Tenho orgulho de estar tomando posse ao lado deste grande companheiro, que hoje é meu vice-governador, o amigo Edmundo Pereira, que conhece desde o começo toda a história que vivemos hoje. História de resistência contra a ditadura, a partir do interior da Bahia, na região de Brumado, nos tempos do velho MDB, até mais recentemente, quando foi membro desta casa. Essa vitória é sua também, Edmundo.

Agradeço a todos aqueles que acreditaram nesta caminhada, em especial aos partidos que, com seu desprendimento e visão estratégica, formaram a ampla coalizão A Bahia de Todos Nós: o PT, partido do qual tenho a honra de ser fundador há 27 anos, o PMDB, o PCdoB, o PSB, o PTB, o PMN, o PV, o PPS e o PRB, e tanta gente de vários partidos: do PDT de João Durval, do PSDB, que juntos, militantes, fizemos essa grande vitória. Meu carinho especial a todos os militantes do movimento social e às pessoas independentes que fizeram esta campanha vitoriosa.

Hoje, quando falo aqui, investido do mais alto cargo da estrutura política do nosso estado, não posso deixar de lembrar de toda uma trajetória de luta que marcou a minha vida na Bahia. Desde que aqui cheguei, há 32 anos, fugindo da repressão, tenho feito muitos amigos e companheiros de luta. Foi com eles que organizamos o novo movimento sindical e, a partir daí, me tornei deputado.

Quatro anos atrás, elegemos o presidente Lula, e a Bahia foi extremamente importante nessa conquista. Com o presidente Lula estamos construindo um novo Brasil. Livre, justo, democrático e do bem. Tenho orgulho de ter participado, como ministro, desse projeto.

A Bahia é esse estado imenso, com dimensões de um grande país. A Bahia é também o estado da diversidade. Esta mistura de culturas, de raças, de cores, de religiões, de paisagens. Um povo doce, amigo e inteligente. Este mesmo povo, tão amável, já provou ao longo da história que não se acomoda diante da injustiça e da opressão, por mais forte que o opressor possa lhe parecer.

O baiano traz no sangue a luta para expulsar os invasores que dela quiseram se apoderar. Temos o exemplo da Revolução dos Alfaiates ou dos Búzios, quando, muito antes da independência do Brasil, os baianos inconfidentes tentaram tomar os céus de assalto. A Bahia é a marcha cívica do 2 de Julho, nossa data maior, quando o povo baiano foi às armas para garantir a independência. No nosso DNA estão também a Revolta do Malês, os versos mordazes de Gregório de Mattos e a poesia apaixonada, incendiária e revolucionária de Castro Alves.

Mas essa mesma Bahia que encontrou mil e uma maneiras de lutar contra a opressão há tantos séculos, infelizmente, ainda vive um atraso de um modelo que está superado pela história. Um modelo que acentuou a desigualdade na distribuição das riquezas do nosso estado e que se tornou ainda mais perverso nos tempos da velha ditadura militar.

A Bahia estava na contramão do Brasil. Por anos a fio, quem dominou a política na Bahia se preocupou muito em concentrar e pouco ou nada em repartir.

Por que a maior economia do Nordeste continua em 20º lugar em desenvolvimento social? Por que um estado que é o sexto mais rico do país é também um dos que têm o povo mais pobre? Por que um estado tão cheio de riquezas naturais e uma economia tão diversificada ainda tem o segundo maior número de analfabetos do país? Por que a riqueza da Bahia não é repartida com os baianos? Por que o crescimento do estado não se transforma em desenvolvimento para o conjunto do nosso povo?

Isso vai mudar. E começa a mudar hoje. Uma coisa vocês podem ter certeza: nos próximos quatro anos, a Bahia vai ter um governador que vai trabalhar cada minuto para fazer o estado produzir e crescer. Mas vamos acrescentar ao crescimento uma missão, que parece ter sido esquecida há muito tempo: promover a igualdade. A igualdade de oportunidades para todos.

É claro que ninguém é mágico. Como diz o presidente Lula, uma casa não se constrói da noite para o dia. Primeiro tem que se fazer o alicerce, as paredes e depois colocar o telhado e o acabamento. Sei que os desafios são enormes, mas não tenho dúvida que a nossa vontade de transformar é ainda maior.

É preciso integrar a Bahia com a própria Bahia, com a sua parcela esquecida e abandonada. Hoje, a riqueza do nosso estado se concentra em poucos municípios, enquanto regiões inteiras vivem à margem do desenvolvimento. A desigualdade regional é um ciclo perverso de exclusão social, em que faltam estímulo e oportunidade para as pessoas.

Agora, com a força do governo estadual em sintonia com o governo federal, vamos lutar para reverter esse quadro. Seremos um governo parceiro dos municípios e das prefeituras, sem discriminações de ordem política, sem perseguições ou favorecimentos, tratando todos os municípios com o respeito que a sua população merece. Tratando cada prefeito com respeito como representante da sua população.

O principal objetivo do meu governo, portanto, é promover a igualdade de oportunidades para todos. E as bases para alcançar tal objetivo estão na educação, na saúde e no trabalho para toda a nossa gente.

Promover a igualdade começa com educação, garantindo escola pública de qualidade para os jovens, lutando sem tréguas para que nenhuma criança seja obrigada a trabalhar, ficando longe do abraço da escola e da família.

Igualdade passa também por garantir saúde digna para as pessoas, desde o nascimento, principalmente para os mais humildes que sofrem com a falta da mão amiga de um sistema público de saúde de qualidade. É assim que vamos criar as condições para que o povo baiano não seja obrigado a buscar atendimento médico em outros estados.

Promover a igualdade é ainda assegurar o desenvolvimento sustentável da economia do nosso estado, estimulando os pequenos e médios empreendimentos para com isso gerar emprego, melhorar a renda dos trabalhadores e garantir uma distribuição mais justa das riquezas.

Essa é a base da nossa concepção de desenvolvimento. E ela se realimenta em muitos sonhos e ideais, como o do grande e saudoso economista baiano Rômulo Almeida. Foi ele quem planejou os caminhos do desenvolvimento e da industrialização da Bahia, lá nos idos de 1960. Um modelo com distribuição de renda e distribuição regional, que infelizmente foi abandonado e desvirtuado.
Vamos atualizar e retomar a sua linha de raciocínio, investindo em infra-estrutura para destravar o desenvolvimento, ativar as cadeias produtivas em cada município e associar crescimento econômico com justiça social.

Com bons projetos, arrojo e capacidade de articulação, é possível atrair grandes investimentos para a Bahia. Investimentos voltados para as potencialidades regionais, com capacidade de gerar emprego e renda e, com isso, superar a tragédia atual da depressão social, através do surgimento de vigorosos pólos de desenvolvimento.

É assim que vamos atuar no semi-árido, onde vive quase metade da nossa população. Um governo de todos nós tem que olhar por essa imensa região, onde tantos municípios sobrevivem praticamente sem nenhuma renda. Assim como a parceria com o governo federal está possibilitando levar energia elétrica a todos os lares da Bahia, vamos criar soluções e assegurar que nenhum baiano vá penar por falta de água para sobreviver e plantar.

Da mesma forma, além de dar continuidade aos programas sociais iniciados pelo primeiro governo Lula, fazer mais, criar as portas de saída com trabalho e dignidade.

Nosso governo tem a obrigação de valorizar a diversidade, a criatividade, a cultura e a arte da nossa gente. Preservar nosso patrimônio histórico e nosso meio ambiente de beleza inestimável. É esta imensa riqueza que fascina tantos turistas, que, quando chegam à nossa terra, também se apaixonam e se tornam mais um coração batendo pela nossa Bahia.

Nosso governo quer abraçar também todos os credos que aqui convivem, sabendo respeitar a dimensão profunda da sua humanidade, da sua percepção de transcendência, do seu insubstituível papel de agregação e proteção social.

Não existe sociedade igual onde há discriminação. Nesta nova era que se inicia, a Bahia tem que saber honrar e ter orgulho da grande herança africana na formação do nosso povo. Um povo que nasceu da diversidade tem que combater o racismo e saber desenvolver políticas públicas para garantir igualdade e inclusão social.

A mulher baiana precisa ser alcançada pela proteção de políticas públicas específicas, para que assim possa ocupar o seu espaço de direito dentro da nossa sociedade.

A Bahia da diversidade e da igualdade precisa ser projetada no cenário nacional e internacional, estabelecer vínculos de amizade, criar novas parcerias, pois ninguém é feliz sozinho.

É preciso mudar a Bahia, a maneira como a Bahia e o Nordeste são vistos pelo Brasil. O Brasil precisa deixar de olhar o Nordeste como um fardo que precisa ser carregado.

O governo do presidente Lula vem dando passos largos para alterar essa visão preconceituosa. Animados por este novo espírito, impulsionados pelo atual governo federal, vamos estabelecer uma nova relação federativa, em que a Bahia, assim como todo o Nordeste, vai estar no centro das decisões nacionais, ocupando o espaço de destaque que o nosso estado merece.

É hora de afirmação. Não queremos mais essa imagem do governante nordestino em Brasília de pires na mão em troca de favores ou compensações fugazes. Não é de políticas pontuais e fragmentadas que precisamos. Vamos buscar a união dos estados do Nordeste para, daqui pra frente, sermos protagonistas neste novo Brasil que vem sendo construído.

O Nordeste tem que ser, sim, um exemplo de justiça social para a nação. E a nossa Bahia tem tudo para ser uma grande locomotiva do Nordeste. Somos a porta de entrada e saída do Brasil e do Nordeste. Se o Brasil nasceu aqui, agora, mais do que nunca, pode renascer do jeito que todos nós sonhamos um dia: um estado mais justo e humano.

Este estado pertence a você, cidadão baiano, esteja você onde estiver. E nosso sucesso em construir um estado justo, parceiro e que beneficie a todos, também depende de cada cidadão, fiscalizando, exigindo e ajudando a vencer todas as barreiras.

A Bahia não escolheu apenas um governador, escolheu um novo caminho, uma nova possibilidade, uma nova alternativa. Quem venceu as eleições foi um novo projeto, que já conta com a aprovação de ampla maioria dos baianos, especialmente aqueles que elegeram e reafirmaram o modo de governar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Este é o projeto de nação que ajudei a construir e que, a partir de hoje, começaremos a colocar em prática aqui no governo da Bahia.

Em apenas quatro anos, o governo do presidente Lula já deu o exemplo de como se pode governar para os mais pobres. E agora, comigo aqui, um governador parceiro e amigo, vamos poder fazer muito mais.

Sei que muitos corações, dentro e fora da Bahia, estão batendo no mesmo compasso dos nossos. Sei também que o Brasil inteiro hoje olha para nós com expectativa e esperança. Não vou decepcioná-los. Como já disse, no que depender de mim, a Bahia será um exemplo de trabalho, justiça e honestidade.

Hoje se encerra um ciclo e se inicia, se Deus quiser, uma nova era na nossa história. A Bahia que todos nós sonhamos está nascendo. Uma Bahia sem panelinha, onde o talento e a vontade de trabalhar sejam mais importantes que o sobrenome. Onde as oportunidades sejam iguais para todos. Sem espaço para favorecimentos nem perseguições. Onde o homem do campo conquiste o direito de viver da sua própria terra. Onde as nossas crianças tenham escola com educação de qualidade. Onde o respeito à vida seja prioridade.

Um estado que cuida das pessoas entende que a segurança pública anda de mãos dadas com os direitos humanos, com a justiça e com a defesa do cidadão. Polícia é para proteger o povo e reprimir o crime. E queremos estabelecer aqui uma polícia que não seja do governo, que não seja do governador, mas uma polícia da sociedade baiana.

Vamos também travar um combate sem tréguas para diminuir o índice de analfabetismo que tanto envergonha a Bahia. Para isso, é necessário mobilizar toda a sociedade em um grande mutirão cívico, que conte com a participação de todos os segmentos organizados e sensíveis a essa causa. É assim que vamos governar para a maioria, buscando a inclusão social em cada projeto ou ação deste novo governo.

Sei que é impossível fazer tudo que desejo nestes quatro anos, pois o tempo é curto, se comparado a décadas de um modelo injusto e conservador. Mas sei que é possível fazer muito, e muito justamente para os que mais precisam. Este é um governo para toda a Bahia. Mas, se houver alguém a ser favorecido, esse alguém é o baiano mais carente: homens, mulheres, idosos e crianças que durante anos foram abandonados e esquecidos.

Esta é a Bahia de todos nós. Um estado que cuida, acredita e investe no seu povo. Sem chantagens, sem preconceitos, reconhecendo e respeitando as diferenças que fazem da nossa terra um lugar especial e rico pela sua diversidade. Vamos dizer não ao revanchismo e às perseguições, mas também não vamos aceitar os desmandos de quem quer que seja. É assim que vamos superar a concepção patrimonialista que, infelizmente, foi montada no nosso estado. Vamos restaurar uma relação plenamente republicana na política da Bahia.

Esta nova era que estamos inaugurando será também a era da transparência, do equilíbrio entre os poderes, em que a independência entre eles será estimulada pelo Executivo e não mais cerceada. O progresso democrático existe quando os poderes interagem e se fiscalizam um ao outro e não quando um busca oprimir o outro.

A democracia só é verdadeira quando a transparência deixa de ser uma retórica e passa a ser uma política de Estado. Por isso, nossas contas serão abertas e a todo cidadão será garantido o direito de saber onde e como estão sendo aplicados os recursos públicos, a começar pelos membros dessa casa.

O povo é dono do seu destino e sábio na hora de fazer suas escolhas. Sempre acreditei na força do diálogo, e agora não será diferente. Vamos planejar o Estado de forma participativa, ouvindo e aprendendo com o que a nossa gente tem a dizer e a ensinar.

Uma experiência importante que tive na vida foi quando o presidente Lula me convocou para coordenar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, criado por ele, reunindo representantes de todos os segmentos organizados da sociedade, para pensarmos juntos o futuro do país. Pretendo trazer esse modelo e essa prática para o nosso estado, como um instrumento de participação, integração e solidariedade.

Quanto aos servidores públicos baianos, responsáveis diretos pelo sucesso deste projeto de mudança, podem ter certeza que vocês agora terão não um simples superior hierárquico de plantão, mas um companheiro, disposto ao diálogo, à valorização e ao resgate da carreira do funcionário público do Estado da Bahia.

Um bom começo é a instalação imediata de uma mesa permanente de negociação entre o governo e o servidor. Estamos no mesmo barco. Nosso governo vai dar certo, e você, servidor, vai crescer junto com a nossa gente da Bahia.

Foi para concretizar estes objetivos de governo que, com cuidado, escolhi um secretariado à altura dos desafios que vamos enfrentar. Uma equipe que vai trabalhar unida e integrada. São pessoas qualificadas, comprometidas politicamente com este novo projeto que a nossa Bahia tanto espera e tanto precisa. Sei que todos eles, além das convicções pessoais e partidárias, têm como fundamento elevar os interesses do Estado e de toda sociedade baiana.

Quero, para encerrar, agradecer ao povo baiano, mais uma vez. Este povo maravilhoso, que me recebeu, me adotou e até me protegeu nas horas mais difíceis, com tanto carinho e generosidade, e que agora me fez governador. Tenho quatro anos para demonstrar toda minha gratidão.

Nunca vou me esquecer do brilho no olhar das pessoas que acompanharam: Edmundo, João Durval, toda nossa caminhada. A janela que se abria para o aceno contido, mas sincero, o cochicho ao pé do ouvido que depois deu lugar ao grito que estava engasgado na garganta, nessa grande onda que tomou conta da Bahia.

O dia de hoje, que parecia um milagre inatingível, foi possível porque foi construído por cada um de nós. Foi construído pelo povo baiano. Assim como os negros dançavam capoeira para enganar os feitores, parece que o povo baiano dançou capoeira perante os institutos de pesquisa.

Acredito num grande futuro para todos vocês.

Foi longa a caminhada, mas vencemos. Hoje é dia de muita emoção. Vindo para cá, eu dizia para Fátima que não sei se me sentia no primeiro dia da escola, no primeiro dia da universidade, no primeiro dia do casamento, no nascimento do primeiro filho. Hoje é um dia de muita emoção no coração de todos nós. Vinte anos depois, de novo, a oposição assume o poder no Estado da Bahia.

Tenho certeza de que esse momento fala bem alto no coração de cada um de nós. Não posso deixar de olhar para Cláudio, aqui vibrando com esse momento. Não posso deixar de olhar para João Durval, para Lomanto, para Waldir Pires, da emoção que já sentiram tomando posse como governador. Mas a posse de hoje tem talvez um valor maior: um dia esperado há 16 anos, um dia que parecia impossível de chegar. Um dia que fomos construindo em cada canto da Bahia.

E lembro, como se fosse hoje, o meu último diálogo com o presidente Lula, quando ele me dizia: ‘Mas você vai deixar uma tarefa tão importante para um desafio praticamente impossível?’. E eu dizia:‘Presidente Lula, é do desafio que nós políticos verdadeiros, que escolhemos a política para fazer o bem comum, vivemos’. E eu tinha absoluta convicção, mesmo quando falava sozinho, mesmo entre os meus, de que iríamos ganhar essas eleições. Porque o povo da Bahia esperava, ansiava e queria a renovação política do nosso estado. Queria e vai ter um modelo político de respeito às adversidades.

Quero dizer a esta casa, mais uma vez, que o governo e a oposição, graças a Deus, estão nos dois lados da democracia. Tratarei os meus aliados e os meus adversários com respeito que cada um dos senhores merece, porque cada um que está aqui sentado, aqui está por determinação do povo baiano.

Finalmente, quero dizer que a caminhada foi longa, mas vencemos. Agradeço a cada um, aos amigos, às amigas, aos visitantes, a força e a fé que nos trouxeram aqui. No coração de todos nós hoje também é 2 de Julho! Mostramos, como fizemos na nossa independência, que a Bahia é livre, que a Bahia não tem dono, que a Bahia é e continuará sendo de todos nós.

Muito obrigado!"

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